Como mãe, eu me sinto praticamente um daqueles adolescentes deslocados, onde não faço parte de grupo algum. Você já se sentiu assim?
Explico:
A maternidade “convencional” acha normal cesárea, chupeta, TV, mamadeira, leite em pó, carrinho de bebê, etc, etc.
A maternidade “materna” defende com unhas e dentes o parto normal, a amamentação, a cama compartilhada, o babywearing, as comidinhas saudáveis, o banho de balde, etc, etc.
E eu não sou nem uma coisa nem outra, afeee.
Eu queria o parto normal (mas devia ter dado um pé na bunda da minha G.O. cesarista), eu amamentei o quanto deu (mas acabou a licença e o leite em pó entrou em cena), adotamos o sling de pai e de mãe, mas não quisemos a cama compartilhada. Sou fresca com as comidas da minha filha, mas dou leite em pó. Sou chata-chata-chata com as coisas dela, tipo a história da TV e dos brinquedos, minha filha passou meses só tomando banho de balde (até que o balde ficou pequeno) e aprendeu a sentar usando um bumbo, mas sei lá, uso fraldas descartáveis em vez das de pano. Detestei a chupeta e torcia internamente para ela não pegar aquilo (e ela não pegou, eba!). Não curtia a mamadeira mas ao mesmo tempo ficava na maior apreensão: e se ela não pegar, como vai tomar leite?? (o copinho era um fiasco).
Entre as maternas, eu sou careta pra caramba. Entre os pais mais “convencionais”, eu sou bicho-grilo pra cacete. Nesse meio do caminho, fico eu. Nem uma coisa, nem outra. Ou um pouco dos dois.
(Observação muito-muito importante: não estou criticando nenhum dos lados, vejam bem. Particularmente prefiro o caminho das maternas, mas cada um sabe como melhor cuidar dos seus.)
(Obs2: Sou só eu, ou vocês também sentem saudades das motherns?)
Cantinho para registrar os momentos de uma barriga.
Roberta
February 4th, 2010 at 12:36 pm
Também me sinto assim, Lu. Nunca gostei de extremos e, nesse caso da maternidade, também acredito que não existem verdades absolutas ou extremos.
Luísa vê televisão, especialmente Discovery Kids, mas nem por isso eu compro tudo o que ela quer. Sou a favor do parto normal também, mas na linha meio termo: nem maternas, que acho radicais demais, nem cesaristas. Dei chupeta, mas nunca dei refrigerante.
No fundo, acho que muitas mães se sentem assim, apesar de pender um pouco mais para um lado do que para outro.
Acho que o importante é a gente fazer o que manda o nosso coração e o que está alinhado aos nossos valores, independentemente do que os outros pensam.
Beijocas
luterceiro
February 4th, 2010 at 1:23 pm
Rô, acho que somos as mães tucanas né :P
Luciana Bordallo Misura
February 4th, 2010 at 1:41 pm
Lu, eu tambem sou assim, e conheco muita gente que e tambem. Eh que o pessoal mais radical tende a falar mais no assunto e ai a gente acaba achando que so existe gente de um lado ou de outro ;-) E eu tambem morro de saudade das motherns!
Tatiana (fisio)
February 4th, 2010 at 6:49 pm
Olá….faz tempo q não comento por aqui,acho que comentei apenas uma vez, mas sou fã da sua forma de escrever….vc é ótima com as palavras!!!
Então, com relação ao texto atual, eu acredito que a melhor forma de exercer a maternidade é sendo autêntica e educar com amor…como disse a Roberta.
Para mim o que importa é vê-lo feliz, com saúde e seguro.
Muitas vzs acertamos e mtas erramos e para mim rótulos como dizer se sou convencional ou materna fazem-me sentir “presa”.
Confesso que não gosto de fugir do tradicional, porque ser muito diferente disso me faz sentir insegura. Tento captar o melhor (na minha concepção) de tudo que foi e ainda é feito por mães que admiro, e nesse grupo não se incluem as maternas…já q meus exemplos são minha mãe, minha avó e minha sogra.rs
Estourou minha bolsa e eu tinha 3 dedos de dilatação pronta para o normal mas devido a pressão alta não quis o normal naquele momento.
O Lucca não quis chupeta, sempre detestou mamadeira e só tomou no copinho desde os 5 meses, amamentei por 1 ano e 2 meses, adora frutas e comidinhas fresquinhas, gostava do sling(eu q fui atrás feito doida e depois detestei….como fisio q sou vejo aquilo como uma agressão absurda com a nossa coluna), enfim, muito disso tudo foram escolhas dele que eu apenas estimulei qdo achava q seria bom.
É o que faço até hoje…estimulo o q acho bom e repreendo ou ignoro qdo não gosto.
Eu sou uma mãe que tentou ser materna, mas que me adaptei super bem no convencional …rsrs
Escreva mas vezes….adoro passar por aqui e ler seus textos e dicas inteligentes!
Bjos
Lu e Valentina
February 8th, 2010 at 6:15 am
Lu, eu to com um pé ali e outro lá eheheh tb só dava banho no balde, peito não tive muito leite, então o leite em pó foi companheiro e dava os dois; só dou papinha caseira, em ultimo caso já dei um potinho da Nestlé… deixo ela ver discovery kids de manhã, mas não gosto de bonecas e princesas que induzem a erotização precoce, não curto “empetecar” a Valentina e tenho horror a mães que pintam as unhas das meninas; cama compartilhada humm uso muito ultimamente eheheh. Gosto de escutar musiquinhas com ela mas infelizmente tenho pouquissimo tempo pra fazer diariamente tudo que gostaria… Durante o dia ela fica com as avós… e cada uma tem seu jeito e toque… tento repassar para as vovós… mas nem sempre funciona e me sinto frustrada… Acho que toda mãe passa por estes sofrimentos… dúvidas…
beijos
Lu Neri
mari
February 11th, 2010 at 5:41 am
Bom, parece que nós, as “moderadas”, também temos nossa tribo, hein? Ufa! Sou super pelo caminho do meio, em quase tudo. Sou pelo parto normal (mas topo uma anestesia numa ótima…), pela amamentação, pela comida saudável e orgânica, mas que permite um brigadeirinho ou outra besteirinha de vez em quando; acho que chupeta quebrou um galhão lá em casa; evito personagens nas roupas e brinquedos mas libero um pouquinho de Discovery Kids; amo os cds “cabeça” mas também curto com a Alice as princesas que ela tanto ama. E principalmente, digo não com a mesma facilidade com que digo sim. E assim acho que a gente cria filhos felizes, saudáveis, flexíveis e facilmente adaptáveis. Tomara, né?
Beijoca!
Paloma
February 24th, 2010 at 3:52 pm
Oi, Entrei no seu blog pelo blog da Rô (meu projetinho de vida) e me identifiquei demais com este post. Também sou desta tribo e, quando emito ou posto opiniões, me vejo atacada por um ou outro lado. Faz parte. Coloco o bem estar da minha filha sempre à frente (até de algumas convicções minhas): se o leite secou, dou leite em pó até resolver o problema.
Beijos